Produtora: Redwood Shores Distribuidora: Eletronic Arts
Gênero: Ação em mundo aberto Plataforma: X360/PS3/Pc
The Godfather II ( O Poderoso Chefão 2) é um dos mais importantes filmes da história. Ironicamente um jogo de produção pequena é o que carrega para os videogames um nome tão importante na história da indústria do entretenimento. The Godfather II não é, entretanto, a adaptaçãom direta do filmaço de Copolla. O jogo usa os personagens e universo do cinema em um contexto próprio. A idéia é misturar ação em mundo aberto com pitadas de ação estratégica e microgerenciamento. Saiba aqui se deu certo.
Genérico
Enquanto o filme possui um roteiro genial e poderoso, a história do jogo é apenas um pano de fundo para a ação. Não entrarei em detalhes, mas é preciso destacar que em qualquer roteiro parte importante da experiência é desenvolver corretamente os personagens. Dar-lhes motivações, medos, paixões. É isso que cria o escopo narrativo a ser explorado durante a história. È esta profundidade que torna palpável o vínculo entre o expectador/jogador/leitor e o personagem. Sem este vínculo é impossível se importar com o destino do indivíduo retratado.
A história de The Godfather não é ruim. Não nos faz colocar as mãos na cabeça em desespero. Ela simplesmente é genérica sem força de prender o jogador em sua trama. Os personagens parecem vazios. A máfia parece estúpida e sem sentido. Talvez se houvesse a presença de filhos, esposa… enfim, algum laço “humano” para que estes criminosos se conectassem houvesse uma exploração mais interessante de suas vidas. A equipe da Redwood Shores parece não ter aprendido as lições que GTA IV ensinou.
Pobreza
Bastam alguns minutos com as mãos em The Godfather II para perceber que se trata de um jogo de produção bastante pobre. Os gráficos são arcaicos e bem fracos tanto no ponto de vista artistico quanto no técnico. Os personagens são feios e com texturas mal definidas. Os ambientes não possuem identidade e a iluminação é simplória. O jogo não sofre com problemas de slowdown mas os pop-up são uma constante.
Não pensem que o título se sai melhor no áudio. A trilha sonora é inexistente e as únicas músicas são as do rádio do seu carro. Ainda assim elas são baixas, pouco variadas e de qualidade apenas razoável. Os efeitos sonoros são genéricos e claramente reaproveitados do primeiro game da série. A dublagem fica na média, mas a pouca quantidade de diálogos gravados aparece a olhos vistos após algum tempo de jogo. Os personagens estão sempre repetindo as mesmas coisas.
Superficial e Funcional
A jogabilidade de The Godfather II é bastante sólida. Os comandos respondem com precisão. O tiroteio é simples mas funcional e as mecânicas de execuções e extorsões são simples mas divertem. A dirigibilidade dos veículos é bem simples e, mais uma vez, bem executada em todos os aspectos.
No campo do design o título tenta abraçar vários gêneros e acaba sendo superficial em todos eles. Isso é ruim? Não necessariamente já que The Godfather II arranha a superfície de todos os estilos com competência.
O jogo te coloca no papel de um novo “Don” a serviço de Michael Corleone. Você deve recrutar sua família, escolhendo membros com habilidades diversas. Há aqueles especialistas em bombas, outros em cortar cercas e telefones, brutamontes espancadores e, claro, o médico. Cada um destes indíviduos pode, é as vezes deve, ser usado em situações específicas, além da ajuda nos combates. Para ordenar que eles arrombem um cofre, por exemplo, basta pressionar um botão e protegê-lo por alguns segundos enquanto ele realiza a tarefa. Os designers foram cuidadosos e as construções podem ser invadidas de vários formas possiveis usando quaisquer um de seus “familiares”.
Além de recrutar a familia você deve tomar “negócios” para você, protegê-los e destruir as famílias rivais. Isso é feito de forma simplificada. Vá até o estabelecimento dominado pelos rivais. Mate os guardas e “convença” o dono da empresa a pagar o tributo para você por proteção. Para convencê-lo vale de tudo. Socos, pontapés, ameaçar jogá-lo do telhado… Após isso entra o aspecto do microgerenciamento. Veja o lucro diário do local, paggue a guardas para protegê-lo de acordo com seu valor. Ao se dominar todos estabelecimentos do mesmo tipo se forma um “Crime Ring” e isso te dá bônus especiais. Por exemplo, ser mestre do “Crime Ring” do “entretenimento adulto” faz seus guardas trabalharem por taxas menores. Isso cria a possibilidade do jogador planejar, de acordo com suas necessidades, onde irá atacar primeiro. Ao menos em tese.
Na prática é possivel entrar só em todos os estabelecimentos em qualquer ordem e varrer a existencia os inimigos. O jogo é fácil demais. Não chega a ser tedioso, pois a jogabilidade e a sensação de estar se tornando mais poderoso empolgam, mas o game poderia ganhar em profundidade se exigesse mais planejamento do jogador.
Após algumas horas a mecânica vai se tornando repetitiva. Não há em The Godfather II a variedade de um GTA IV. O esquema de ataques á estabelecimentos impera por 95% da experiência de jogo então se você não gostar das primeiras 2/3 horas do game não se dê ao trabalho de continuar pois não haverão reviravoltas.
Conclusão
The Godfather II é um daqueles jogos nitidamente “baratos”. A produção é bastante bruta e genérica. Felizmente a jogabilidade funciona perfeitamente e o game design, apesar de repetitivo, é interessante e divertido. Não é um jogo que valha a pena pagar 60 dólares, mas uma locação ou… Bem, vale uma conferida aos fãs de jogos de mundo aberto e para aqueles que gostam de jogos com elementos de microgerenciamento. Apenas feche os olhos para a produção fraca. Don Corleone merecia mais.
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